Como pais, nós sempre queremos o melhor para nossos filhos. Nos preocupamos com a segurança e o bem-estar deles e queremos que eles sejam protegidos das duras realidades do mundo. Entretanto, alguns pais sentem que é sua a responsabilidade de proteger seus filhos de todos os perigos, desafios, dificuldades e decepções que a vida coloca às vezes em seu caminho. Com tal postura, alguns de nós podem exceder limites e tornar-se pais superprotetores, monitorando constantemente as crianças e assumindo o total controle de suas vidas.
É perfeitamente normal que pais preocupem-se com seus filhos, mas devemos ser cuidadosos e perceber que existe uma linha tênue que separa proteção de superproteção. Não há prejuízo algum em permitir que nossos filhos aprendam com seus erros e encarem os desafios que a vida coloca em seus caminhos.
Embora muito bem-intencionados, pais que tentam proteger excessivamente seus filhos podem não estar ajudando-os a longo prazo. Superproteção, como a palavra sugere, é proteção exagerada. O comportamento superprotetor aparece quando acreditamos que apenas os pais sabem o que é melhor para os filhos, em todos os momentos e circunstâncias da vida, e não consideramos os sentimentos, pensamentos e preferências da criança. Infelizmente, essa abordagem passa para a criança a ideia de que ela não é capaz de assumir responsabilidade e fazer escolhas, afetando negativamente sua autoestima e autoconfiança, levando à insegurança e ao medo de cometer erros ou arriscar-se.
Vamos considerar a frustração, por exemplo. A tendência imediata dos pais quando uma criança se frustra e se chateia é intervir e fazer o que for necessário para deixar a criança feliz. Porém, a frustração é inevitável e não é necessariamente negativa. Quando lidamos com a frustração de forma construtiva, ela pode ajudar as crianças a aprender a vencer obstáculos e suportar decepções. Tal abordagem ajuda a criança a desenvolver resiliência e autoconfiança, duas competências valiosas e necessárias.
Muitos estudos têm comprovado que a superproteção é mais prejudicial do que benéfica para uma criança, causando efeitos desfavoráveis em seu desenvolvimento cognitivo e socioemocional. Esses efeitos adversos de um estilo parental mais controlador continuam a afetar a adolescência e até a vida adulta, de acordo com um estudo publicado no Journal of Experimental Psychopathology.
Portanto, embora seja vital que os pais cuidem da segurança de seus filhos, é crucial que eles também os ajudem a confiar em si mesmos e a tornarem-se independentes conforme eles crescem e amadurecem. É essencial encontrar um equilíbrio entre oferecer orientação e apoio e gradualmente proporcionar às crianças a oportunidade de tomar suas próprias decisões, enfrentar consequências e exercer autonomia. É o melhor que os pais podem fazer para ajudar seus filhos a tornarem-se pessoas seguras e resilientes.
Por favor, não hesitem em nos contactar, caso tenham alguma dúvida ou desejem obter ajuda com qualquer aspecto deste artigo.
Ms. Elisabeth Ackel
Primary Student Counsellor