Todos nós, que passamos na escola mais de uma década, vivemos muitas experiências que somadas contribuíram para que nos tornássemos quem somos: os amigos que tivemos, os espaços que exploramos, os livros que lemos, as experiências que realizamos, e os professores que tivemos.
Muitas pesquisas demonstram que dentre os muitos fatores que impactam a qualidade da aprendizagem dos alunos, a formação e a experiência dos professores são as mais relevantes. Quanto mais bem preparados são os docentes, maior a diversidade de estratégias de ensino que conseguem utilizar para alcançar mais alunos, que trazem consigo diferentes personalidades e estilos de aprendizagem. Professores mais preparados conseguem utilizar melhor os espaços e os recursos educacionais, criar mais situações de interação e colaboração entre os alunos para que a aprendizagem ocorra de forma socializada e significativa, selecionar e utilizar melhor os materiais e criar estratégias de mediação entre os alunos e os conhecimentos a serem construídos.
Em uma sociedade em que o conhecimento é produzido e transformado de forma mais dinâmica do que nunca, os professores que sabem ensinar os alunos a pensar, analisar, criticar e criar, ao invés de simplesmente memorizar, conseguem um maior engajamento e participação dos alunos e uma aprendizagem mais duradoura e aplicável na vida presente e futura dos aprendizes.
Boas escolas valorizam a formação inicial dos seus docentes: “aquela que os habilita a exercer sua profissão, e que é obtida por meio de um diploma universitário“, mas também a formação continuada, tanto em nível de pós-graduação quanto em cursos de curta duração, oferecidos pela própria escola ou em parceria com outras instituições. Boas escolas também garantem que haja tempo para planejar e replanejar, discutir colaborativamente o projeto pedagógico, as metodologias, a avaliação e as inovações educacionais que fazem parte do crescimento profissional da equipe e da maturidade da própria instituição.
Lidar com o avanço do conhecimento e a complexidade do ser humano é inerente ao dia-a-dia de todos os professores. Os alunos nos trazem diferentes desafios a cada dia, suas próprias experiências, seu potencial, dificuldades e interesses. Saber lidar com essa diversidade e criar formas de promover a aprendizagem de modo que faça sentido para cada aluno é um desafio que só pode ser superado por meio da bagagem do professor e de sua reflexão constante sobre a relação entre ensinar e aprender.
Uma boa escola é uma comunidade de aprendizagem em que todos aprendemos e ensinamos diariamente, e onde os professores demonstram, por meio de seu próprio exemplo, que aprender é motivador, desafiador, interessante e muito, muito transformador.
Selma Moura, diretora brasileira da escola internacional St. Nicholas School, atuou como consultora, coordenadora e professora em escolas bilíngues e internacionais, bem como em formação de professores em nível superior. É Mestre em Linguagem e Educação pela Universidade de São Paulo (USP), especialista em Linguagens da Arte e Pedagoga pela mesma universidade. É autora de artigos e co-autora de livros sobre educação bilíngue e editora do blog www.educacaobilingue.com